Os idiomas deveriam falar o sentimento fielmente,
como um grito de dor o sofrimento pungente.
Os apaixonados falariam em Francês, sussurro a caminho do beijo,
Em trêmulos lábios, denunciando o desejo.
As discussões e a ira em Inglês curto e contuso,
que pra música também se presta, como o português em uso.
A poesia em Espanhol, canção se torna modulada ao gosto do freguês,
e os xingamentos cortantes e rudes reverberariam em Japonês.
Discursos, músicas sacras em Latim,
aos ecos e sombras de um monástico jardim.
E todas as ciências em Grego erudito,
guardariam segredos do infinito.
A ópera só em Italiano seria, pois outro idioma impostor soaria.
Os gagos gaguejariam em Alemão,
para aumentar o tormento do repetitivo cidadão.
As grafias com a elegância do Sânscrito
escrito também poderiam ser em Chinês,
pensamento a pinceladas restrito.
Mas para o amor só o silêncio que eterniza o momento,
pois não há língua de homem que fale tal sentimento.
Salvador, Agosto de 2011
Sávio Drummond
Nenhum comentário:
Postar um comentário