quarta-feira, 31 de agosto de 2011

NEVROLINGUÍSTICA


Os idiomas deveriam falar o sentimento fielmente,
como um grito de dor o sofrimento pungente. 
Os apaixonados falariam em Francês, sussurro a caminho do beijo,
Em trêmulos lábios, denunciando o desejo.
As discussões e a ira em Inglês curto e contuso,
que pra música também se presta, como o português em uso.
A poesia em Espanhol, canção se torna modulada ao gosto do freguês, 
e os xingamentos cortantes e rudes reverberariam em Japonês.
Discursos, músicas sacras em Latim,
aos ecos e sombras de um monástico jardim.
E todas as ciências em Grego erudito,
guardariam segredos do infinito.
A ópera só em Italiano seria, pois outro idioma impostor soaria.
Os gagos gaguejariam em Alemão,
para aumentar o tormento do repetitivo cidadão.                                                                                                                                                                           
As grafias com a elegância do Sânscrito 
escrito também poderiam ser em Chinês, 
pensamento a pinceladas restrito.  
Mas para o amor só o silêncio que eterniza o momento,
pois não há língua de homem que fale tal sentimento.  

Salvador, Agosto de 2011

Sávio Drummond

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