Tem gente que não acredita como eu não acreditava, mas diante do ocorrido, passei a dar crédito. Refiro-me ao Candomblé e seus Orixás. Trabalhava em um Posto Médico do I.A.P.S.E.B. (Instituto de Assistência e Previdência do Estado da Bahia) no Centro Administrativo. Quando me preparava para ir pra casa, senti discreta cólica intestinal. Já no carro, à caminho de casa a cólica aumentou. Ruídos estranhos percorriam minha barriga, que juntamente com as cólicas obrigavam-me a “me espremer todo, e não passava nem pensamento”. “Só os retardados mentais não conseguem se segurar” pensava, tentando me convencer. Tóóóiiim, dessa vez a cólica foi danada, e agora suava “em bicas”, enquanto acelerava. Nem Roberto Carlos, na Estrada de Santos, corria como eu. Na saída do Centro Administrativo, passei por um Despacho de Candomblé. Quase dou um “cavalo de pau”, tamanha freada. A solução veio como um relâmpago. Talvez Iansã , orixá dos raios, Santa Bárbara no sincretismo, me inspirou. Êparrei oiá! Uma galinha morta, uma tigela de barro (aguidá), cheia de água da chuva, com azeite sobrenadante, e velas de várias cores. Peguei a tigela, joguei seu conteúdo fora e me afastei, pois a galinha fedia pra caramba. Adiante, subi no passeio e com belo bambuzal ao fundo “me aliviei”. Enquanto os carros passavam, eu em um nível mais alto enchia a tigela. O alívio foi imediato. Pela porta do carona “devolvi” a tigela transbordante. Diante de tão grande necessidade o Santo deveria ser mais compreensivo. Qual o quê! Ante tão grande desrespeito, o Santo no outro dia, mandou para trabalhar comigo o mais “perturbado” empregado da Petrobras (outro emprego que tinha). Logo o apelidei de Encosto. Hoje, o filho que não tive.
Sávio Drummond.
Salvador, 17 de Agosto de 2011.
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