Tenho tonturas.
Talvez sejam da idade.
A cabeça nas alturas, sem a identidade
Do caminho em que vago.
Vira - lata da vida, que não me fez afago.
Tenho tremores.
De uma febre esquisita,
Que queima, mas não esturrica.
Prolongando o sofrimento,
De penitente em juramento.
Tenho suores.
Gelados, quentes, alternados,
Da alma nascentes, enviados.
Que me encharcam a pele crestada,
E se misturam as lágrimas derramadas.
Tenho medos.
Vejo sombras atrás da porta.
De amores proibidos, numa vida quase morta.
Ferida a caco de vidro, que sangra desatada,
Mas teima em respirar, qual chama açoitada.
Tenho dores.
No peito, na alma, que me ofendem.
Semiologia de amor?
Mas também pode ser dengue.
*SEMIOLOGIA - Sinais e sintomas, que caracterizam o quadro clínico das doenças.
Agosto de 2011
Sávio Drummond
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