Muitas são as heroínas das guerras de Independência, mas muito pouco
se falou sobre Maria Felipa de Oliveira. Maria Felipa
era de Gameleira, na Ilha de Itaparica, e de lá chefiou a resistência, nas
lutas de Independência, na Ilha de Itaparica.
Conta a lenda, que Maria Felipa, negra, descendente de escravos Bantos,
alta e bonita, juntamente com 40 outras
mulheres, atraíram 60 soldados portugueses para um encontro amoroso.Depois de embriagá-los
e tomar as armas, despiu-os e os humilhou, expulsando-os com uma surra de
cansanção, arbustos de folhas urticantes.
Junto com as companheiras, queimou 42 navios da esquadra portuguesa,
sediada em Itaparica, facilitando muito o trabalho dos combatentes baianos, nas
lutas travadas em Salvador.
Maria
Felipa, marisqueira, formosa e de porte atlético, atravessava a Baia de Todos
os Santos, remando, para buscar mantimentos, jogar capoeira e manter-se
atualizada com o movimento libertário. Atuava também como enfermeira.
Certa feita enfrentou os herdeiros do Visconde do Rio Vermelho, que
queria levar uma imagem de Nossa Senhora de Itaparica para Salvador.
A luta das mulheres baianas, muitas anônimas, é representada pela
Cabocla e culminou com a expulsão das tropas portuguesas, e a verdadeira
Independência do País em 2 de Julho de 1823.
MARIA
FELIPA DE OLIVEIRA
A
mulher que se acalenta, e estava em todo sonhar,
Negra, alta e corpulenta, mandava e fazia
acatar.
A nossa
Leoa Guerreira, era um anjo caminhante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica
comandante.
Em cada
batalha ajudou a vencer o Dragão da Tirania,
Em
tudo ela se superou, a Maria Doze Homens se sabia.
Morava
na rua da Gameleira, era um anjo caminhante,
Maria Felpa de
Oliveira, em Itaparica comandante.
Somava
beleza com arte, patriotismo e amor,
Terra Itaparica, um baluarte
para defender Salvador.
Cada refrega derradeira, todo momento palpitante,
Maria
Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.
Arrojada ia
na frente, a independência e a liberdade,
Confiava
em sua gente, era guerrilheira de verdade.
Trabalhadora, marisqueira, uma linda rosa vicejante,
Maria Felipa de
Oliveira, em Itaparica comandante.
Enfrentando mosquetão e canhão de
longe a disparar,
Com
paus e pedras na mão, tentando armas conquistar,
Grande mestra de
capoeira, e em todo embate triunfante,
Maria Felipa de Oliveira,
em Itaparica comandante.
Havia temor de
participar e aumentar a repressão,
Ela sabia as coisas explicar,
e ao povo dava satisfação.
Era uma mulher altaneira, tão abnegada militante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.
Fazia tudo para
organizar, e nenhuma falta ser sentida,
Sabia que
podia tombar, preparava para ser substituída.
Mulher grande bandeira,
que cada um seguia radiante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.
Desprendida e
preparada, patriota nas intenções,
Com 40 mulheres sagradas, queimaram 42 embarcações.
Invencível e sobranceira, Rosa Palmeirão santificante,
Maria
Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.
Ajudou na Independência,
contribuiu para essa nação.
Sempre
será referencia, pois vive em cada coração.
Amedrontava era feiticeira, ou carinhosa era cativante,
Maria Felipa
de Oliveira, em Itaparica comandante.
Salvador, 01 de Dezembro de 2012
Sávio
Drummond.
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