quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

BAIANA RETADA


Muitas são as heroínas das guerras de Independência, mas muito pouco se falou sobre Maria Felipa de Oliveira. Maria Felipa era de Gameleira, na Ilha de Itaparica, e de lá chefiou a resistência, nas lutas de Independência, na Ilha de Itaparica. 
Conta a lenda, que Maria Felipa, negra, descendente de escravos Bantos, alta e bonita, juntamente com  40 outras mulheres, atraíram 60 soldados portugueses para um encontro amoroso.Depois de embriagá-los e tomar as armas, despiu-os e os humilhou, expulsando-os com uma surra de cansanção, arbustos de folhas urticantes. 
Junto com as companheiras, queimou 42 navios da esquadra portuguesa, sediada em Itaparica, facilitando muito o trabalho dos combatentes baianos, nas lutas travadas em Salvador. 
Maria Felipa, marisqueira, formosa e de porte atlético, atravessava a Baia de Todos os Santos, remando, para buscar mantimentos, jogar capoeira e manter-se atualizada com o movimento libertário. Atuava também como enfermeira.
Certa feita enfrentou os herdeiros do Visconde do Rio Vermelho, que queria levar uma imagem de Nossa Senhora de Itaparica para Salvador.  
A luta das mulheres baianas, muitas anônimas, é representada pela Cabocla e culminou com a expulsão das tropas portuguesas, e a verdadeira Independência do País em 2 de Julho de 1823.
                                                                                                                                                                    MARIA FELIPA DE OLIVEIRA

A mulher que se acalenta, e estava em todo sonhar,
 Negra, alta e corpulenta, mandava e fazia acatar.
A nossa Leoa Guerreira, era um anjo caminhante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.

 Em cada batalha ajudou a vencer o Dragão da Tirania,
Em tudo ela se superou, a Maria Doze Homens se sabia.
Morava na rua da Gameleira, era um anjo caminhante,
Maria Felpa de Oliveira, em Itaparica comandante.

Somava beleza com arte, patriotismo e amor,
Terra Itaparica, um baluarte para defender Salvador.
Cada refrega derradeira, todo momento palpitante, 
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.

Arrojada ia na frente, a independência e a liberdade,
Confiava em sua gente, era guerrilheira de verdade. 
Trabalhadora, marisqueira, uma linda rosa vicejante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.

Enfrentando mosquetão e canhão de longe a disparar,
 Com paus e pedras na mão, tentando armas conquistar,
Grande mestra de capoeira, e em todo embate triunfante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.

Havia temor de participar e aumentar a repressão,
Ela sabia as coisas explicar, e ao povo dava satisfação.
Era uma mulher altaneira, tão abnegada militante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.

Fazia tudo para organizar, e nenhuma falta ser sentida,
Sabia que podia tombar, preparava para ser substituída.
Mulher grande bandeira, que cada um seguia radiante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.

Desprendida e preparada, patriota nas intenções,
Com 40 mulheres sagradas, queimaram 42 embarcações.
Invencível e sobranceira, Rosa Palmeirão santificante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante.

Ajudou na Independência, contribuiu para essa nação.
Sempre será referencia, pois vive em cada coração.
Amedrontava era feiticeira, ou carinhosa era cativante,
Maria Felipa de Oliveira, em Itaparica comandante. 



Salvador, 01 de Dezembro de 2012
Sávio Drummond.                                                          

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