quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O SORRISO

Quanto tempo dura um sorriso? Qual o poder de um sorriso? 
Segundo especialistas as pessoas que sorriem, vivem mais do que as sérias. 
Conforme a sabedoria chinesa, “o riso anda fácil na boca dos tolos e dos sábios”. 
Realmente, um professor meu, homem de grande cultura, dizia que se deve sorrir sempre, mesmo à caminho do cadafalso. 
Para manter a fisionomia carrancuda, aciona-se quase o dobro dos músculos faciais responsáveis pela mímica, do que quando sorrimos. Ao fazê-lo relaxamos a outra metade. Quem passa o dia de “cara fechada”, à noite sente dores no rosto.
Outro professor, que apesar de ser muito culto, que eu saiba, nunca sorriu. Morreu de Infarto antes dos 50 anos. Um “bonachão” amigo de meu pai morreu aos 105, com um sorriso nos lábios.
Um paciente meu, riu por quase dois dias de uma piada que contaram. Acabou internado. Era um esquizofrênico, cujo primeiro sinal da doença mostrou-se através do riso. 
Como disse Buda, não aperte muito a corda do alaúde senão quebra, nem a deixe muito folgada que não emitirá som algum. O equilíbrio está no meio. 
Ou seja, o “caminho do meio”, não é a carranca ou a gargalhada sem motivo, é o sorriso.
Uma dentista conhecida minha, dizia que quando somos apresentados a alguém, antes de apertar-lhe a mão “abrimos” um sorriso. Um sorriso, desarma, conquista. 
Certa feita um senhor invadiu a sala em que atendia, procurando saber se a esposa dele, que sofrera um acidente, tinha dado entrada no posto. Ao movimentar-se, vi por baixo da camisa o cabo de uma peixeira. Era um caminhoneiro que para cumprir prazo de entrega estava há dois dias dirigindo, sem dormir, as custar do que se chamava “arrebite”(anfetaminas).
Quando chegou, os vizinhos contaram do acidente da esposa, e ele dirigiu-se ao Posto Médico mais perto.                                                                                                                                          Procurando aparentar calma, sorri-lhe, e li o nome de todos os doentes atendidos até aquele momento. Sua esposa não dera entrada no Posto. Ao saber a notícia, sentou-se diante de mim, e “desabou” em um choro imenso e confessou que estava disposto a matar o médico se a esposa dele tivesse morrido. Nisso um amigo dele entra na sala e diz que a mulher dele estava bem, e já tinha tido alta em Hospital próximo. Na saída após me agradecer, tirou enorme faca do cinto do atormentado caminhoneiro. Tenho certeza que o poder do Sorriso me salvou.  
Alguns psicanalistas defendem a Terapia do Riso. Começam a rir motivando o paciente que deprimido começa esboçando um sorriso e em pouco estão os dois “as gargalhadas”. Se alguém chegar nesse momento, ficará sem saber quem é o paciente e quem é o psiquiatra. 
Meu pai contava que no tempo em que o homem (Cavalheiro), em uma festa, tirava a moça (Dama) para dançar, dizia:  - A Senhorita me da o prazer desta contradança? 
Nunca entendi o porquê de contradança. Afinal ele é a favor ou não da dança?
Segundo esse raciocínio, os contra-regras seriam os Ginecologistas que fazem implantes de anovulatórios, que impedem as mulheres de ovular e consequentemente de terem regras?
Como dizia um professor meu, que abria enormes parênteses, e falava de assuntos que nada tinham com a aula de Doenças Infecto-Contagiosas, que lecionava: - O que isso tem que ver com Amebíase? Havia falado por 10 minutos sobre a Cidade do Salvador antiga, em uma aula de Amebíase. Então, qual o professor, voltemos ao Sorriso. 
Nesta bendita festa, um amigo do “velho”, muito alto e magro, começou a rir de uma piada que tinha  ele tinha contado, enquanto passeava” o olhar pela sala.  
Seu olhar encontrou o de uma moça “feiosa” que estava tomando “chá de cadeira”, antes que o sorriso da piada se “apagasse”. A coitada, louca para dançar, ao vê-lo sorrindo para ela, apontou para si, como se dissesse baixinho eu? De um pulo, inverteu os papéis e interceptou o rapaz que caminhava em direção ao bar, coincidentemente atrás dela, e afundando a cabeça em seu peito, mesmo na condição de Dama, começou a bailar e dirigi-lo por toda a sala. O rapaz tentava ver quem era “ a doida” que o agarrara e só via o “cocuruto” da cabeça da moça. Quando acabou a dança, desistiu de ir ao bar e voltou girando o indicador apontado para a própria cabeça, como a dizer:  É louca! 
Por isso, como diz o ditado; “Se a vida lhe der um limão , não se queixe do azedume, faça uma limonada”.                                                                                                                                                         Sorria, sorria sempre. Não vai resolver seus problemas, mas certamente vai lhe dar condições de enfrentá-los. 


Sávio Drummond
Agosto de 2011

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