Em seu 10º aniversário, dei uma prancha de Body
Board para minha filha, mas quem acabou usando mesmo fui eu.
Em
um belo “domingão” de Sol, resolvi aprender a deslizar sobre as ondas.
Não tinha a menor ideia por
onde começar, então me dirigi ao local onde os surfistas estavam reunidos,
esperando as ondas. Imagine a cena. Eu com este físico atlético, de sunga e com os óculos
presos com um elástico, pois graças a forte miopia, não poderia ficar sem eles.
Logo
ao chegar um deles gritou para o grupo:
- Tem traíra no pedaço...
Obviamente
que era comigo, mas fazendo-me de desentendido, comecei a imitá-los.
As ondas vêm em
grupos, e a 1ª nunca é a melhor.
Para
evitar que ela lhe leve, você deve remar (nadar) contra ela, furando-a (mergulhando
o bico da prancha), no momento exato.
A primeira onda que
peguei, ficou gravada em minha mente, como dizia a propaganda: “ O primeiro
sutiã a gente nunca esquece”... Bom disso não posso falar,
mas da onda sim!
Uma grande onda formou um “um tubo”, e acompanhando a garotada fui
atrás.
A
sensação é maravilhosa, parece que você entrou em um túnel de vidro, e quando
dele saí, “quebrei” imediatamente, pois atrás de você ela se quebra em uma
“explosão” de chuva salgada.
O primeiro registro
do surf refere-se aos nativos do Havaí que em cima de enormes pranchas de
madeira, deslizavam sobre as águas, e elas não tinham quilha!
Como elas, as pranchas de Body Board também não tem quilhas e as
manobras tornam-se mais difíceis que no surf.
O
equilíbrio para manter-se em pé em cima
da prancha, no surf, é que o torna dificílimo!
Empolgado com meu progresso peguei a maior onda de minha vida, e para
surpresa minha ela “encaixotou”, ou seja, terminou de repente e despenquei de
mais ou menos 5 metros.
O choque
com a água foi terrível!
Recordo-me
de ter protegido a cabeça com os braços, largando a prancha (no Body Board a
prancha é presa ao pulso pelo “elastique”, no Surf no tornozelo) e esperei a
pancada.
Para
minha sorte, meus pés bateram em areia, e dando impulso com todas as forças
atingi a superfície.
Meus
novos amigos (os surfistas) estavam todos preocupados esperando meu retorno, e
quando aflorei, um deles gritou:
- Uma
onda dessa não se pega não, tio!
E foram buscar a prancha que o mar levou pra praia, pois o elastique
tinha arrebentado.
Então
me “adotaram” definitivamente.
Mas
o pior “ mico” foi quando em um fim de tarde, uma grande onda que eu “furei”,
levou meu calção.
Tive que pedir a um dos surfistas que fosse até minha casa (moro há 500
metros da praia), pegar outro.
Aí então, encerrei minha carreira de surfistão!
Salvador, 23 de Setembro de 2012.
Sávio
Drummond.
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